Desafio global: entenda os desastres ambientais e como eles podem ser mitigados
Recentemente, observamos diversos anúncios sobre desastres ambientais ao redor do mundo. Nosso país apresenta um histórico devastador neste assunto, apenas em 2022, cerca de 3,4 mil pessoas foram afetadas diretamente por cada desastre natural ocorrido, segundo um levantamento produzido pela Confederação Nacional de Municípios (CNM).
É hora de refletir sobre esses eventos e destacar a importância da implementação de medidas mitigadoras e preventivas.
Neste mês, o sul do Brasil foi surpreendido pela passagem de um ciclone extratropical que afetou cerca de 93 municípios da região, ocasionando mais de 40 mortes, de acordo com a última atualização (10) da Defesa Civíl do Rio Grande do Sul. Segundo o especialista em meteorologia, Thiago Sousa, esses eventos são devastadores, mas previsíveis.
“Esses eventos são previsíveis tanto a médio quanto em curtíssimo prazo, indo até uma janela de até 6 horas de antecedência, o que oferece uma oportunidade para ações de preparação e resposta. A chave está na monitorização constante do clima e do tempo”, disserta.
Simultânea ao Brasil, a situação na Europa não é diferente. O continente atingiu o ranking de terceira região do mundo mais afetada por catástrofes ambientais. Calor extremo, fortes tempestades e inundações são apenas alguns dos eventos que abalam a vida e a rotina dos locais. A Grécia, a Espanha e a Bulgária registram as piores chuvas em 140 anos e apresentam taxas significativas de mortes em meio às inundações.
Para completar, mais de 5,3 mil pessoas morreram na Líbia após uma tempestade atingir o país no domingo, dia 10 de setembro. Um representante do Crescente Vermelho, equivalente à Cruz Vermelha nos países de maioria islâmica, afirmou que cerca de 10 mil pessoas estão desaparecidas.
Segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, estamos entrando em uma fase de “colapso climático”. “O nosso clima está a implodir mais depressa do que conseguimos aguentar, com fenômenos meteorológicos extremos a atingir todos os cantos do planeta”, afirma Guterres.
Para que o desafio de proteger as cidades e a vida humana seja sancionado, novas medidas estão surgindo no mercado. A principal delas está relacionada ao investimento em soluções inteligentes de monitoramento para salvar vidas.
O especialista em Geomática e Sistemas de Informação, Victor Meirelles, fala sobre as tecnologias voltadas para essa área e como elas podem auxiliar gestores e cidadãos a se prepararem para tomar decisões rápidas.
“As mudanças climáticas nos desafiam a um movimento de adaptação, principalmente em ambientes intra-urbanos. As pessoas querem informações mais precisas e com maior assertividade, as tecnologias atuais já não atendem esta necessidade. Precisamos avançar na inovação tecnológica para termos cidades mais adaptadas e resilientes”, confirma o especialista.
Com o objetivo de inovar o mercado, Victor desenvolveu uma plataforma chamada “Cittua”. Através de inteligência artificial, a plataforma apresenta sensores que podem identificar áreas de risco e emitir alertas aos gestores. Além disso, realizam o monitoramento de dados em tempo real para preparar as cidades e organizações a tomar decisões rápidas. Podendo assim, salvar vidas e adaptar as regiões frente aos desastres naturais.
“A Cittua surgiu da vontade de melhorar a forma como lidam com os impactos das mudanças climáticas dentro das cidades. Trabalhamos com prevenção e adaptação das cidades, mitigando os resultados de desastres”, conclui Victor.